Nossa Teologia

A Teologia Progressista é uma das muitas vertentes da teologia cristã. Se caracteriza e se diferencia em relação às demais por sua interpretação das Escrituras Sagradas de forma não-literal.

Temos como princípios básicos de interpretação:
1. Inspiração Divina das Escrituras Sagradas;
2. Doutrinologia direta;
3. Essencialidade da Contextualização;
4. Coerência;
5. Racionalidade das Escrituras Sagradas;

Seguindo estes princípios básicos, a interpretação do texto sagrado se altera substancialmente tornando-nos divergentes das demais teologias cristãs.

Para melhor entendimento, explicamos abaixo estes princípios:

Inspiração Divina das Escrituras Sagradas

As Escrituras Sagradas necessariamente precisam ser encaradas como inspiradas por Deus para que o que nela se contem tenha alguma relevância religiosa, para formação de doutrina e preceitos.

Ser elas inspiradas pelo divino significa que Deus ao longo do tempo selecionou pessoas que receberam dele orientações diretas ou indiretas, por meio do Espírito, a transcrever aquilo que o próprio Deus queria revelar à humanidade. Alguns, de forma coloquial, atribui às Escrituras o título de "palavra de Deus", o que teologicamente não seria muito adequado.

Sem isto, qualquer interpretação se torna vazia porque as Escrituras passariam a ter um valor apenas histórico-cultural, portanto não-coerente na formação de qualquer doutrina religiosa.

Para a teologia progressista, a inspiração divina não se dá sobre a forma do texto (letras, palavras, estilo literário), mas sob seu conteúdo (o que se queria dizer e por quê?), desta forma não aceitamos o princípio da inerrância das Escrituras da mesma forma que a maioria dos outros cristãos. Para nós, a inerrância se aplica apenas ao conteúdo, e não sobre a forma.

Doutrinologia direta

Os cristãos ao longo dos séculos tem estabelecidos doutrinas variadas a partir das Escrituras. Estas doutrinas podem ser diretas, indiretas ou externas.

O princípio da doutrinologia direta determina que a formação de qualquer doutrina parte do grau de importância e aproximação das Escrituras, quanto mais próximo das Escrituras aquela doutrina estiver mais alto será o seu grau de confiabilidade.

Este princípio só se torna preponderante por causa da aceitabilidade do princípio anterior.

Essencialidade da Contextualização

A interpretação do texto sagrado não pode ser descontextualizado sob pena de propagar ensinamentos que realmente não foram ditos pelos autores sacros.

O texto precisa ser lido entendendo e compreendendo o contexto interno (um versículo tem vários outros antes e depois, além de estar dentro de um livro inteiro) e externo (o livro sacro e seus capítulos e versículos não foram escritos fora de uma cultura, povo, espaço, tempo, destinatários, propósitos, etc.).

Uma boa interpretação deve tentar se aproximar o máximo possível do entendimento dos contextos, de forma a entender o mais claro possível o que aquele texto quer dizer.

Coerência

Este princípio é bastante importante na interpretação progressista das Escrituras. Ele determina que o método de interpretação não-literal deve ser aplicado a todo o texto (de Gênesis à Apocalipse).

Escolher qual trecho deve ser lido, literalmente ou não (como fazem várias teologias cristãs), é bastante incoerente sob o ponto de vista da racionalidade. Ou o texto inteiro se ler de uma forma ou de outra, tentar mesclar os dois sob julgamento completamente subjetivo do intérprete, torna o resultado incoerente e bastante passível de incongruências nas doutrinas decorrentes.

Racionalidade das Escrituras Sagradas

Se Deus é o criador de todas as coisas, como a sua revelação escrita à humanidade não seria racional? O ser humano é racional e foi algo criado por Deus, logo a racionalidade das escrituras é uma obviedade.

Todavia, se a interpretação literal for aplicada encontra-se em vários lugares das Escrituras trechos que se contradizem, contrariam, contem erros de forma, etc.

Se cremos que Deus é criador de todas as coisas, ele é o criador da racionalidade, portanto tudo que ele faz é racional. Neste sentido, entendemos que a interpretação literal é perigosa, pois coloca em dúvidas tal princípio.



Esse conjunto de 5 princípios torna a teologia progressista e sua interpretação das Escrituras única entre as várias existentes.

Ao final deste breve texto explicativo, podemos dizer que os cristãos progressistas tem uma cosmovisão cristã divergente em muitos pontos em relação aos grupos cristãos tradicionais:
- as mulheres tem total igualdade em relação aos homens;
- os homossexuais e bissexuais sãos aceitos e bem-vindo na Igreja sem necessitar se "curarem" ou permanecer em celibato;
- os divorciados e recasados são plenamente aceitos no seio da igreja;
- o casamento está acessível a casais heterossexuais e a homossexuais;
- o papel da igreja vai além do espiritual, como comunidade social.